Poucos jogadores do Grêmio marcaram época e tiveram tantas participações em conquistas com a camisa Tricolor como o meio-campo Carlos Miguel da Silva Júnior, o Carlos Miguel. Atleta voluntarioso, de qualidade técnica refinada e bom poder de marcação, podia ser utilizado em todas as funções da meia cancha e fazer seu papel com eficiência.

Com a perna esquerda afiada, tinha eficiência nos passes e tinha nos lançamentos precisos uma grande arma. Defendendo as cores do Grêmio, vindo das categorias de base em 1992, ficou por cinco anos no estádio Olímpico. Marcou época sendo Tricampeão Gaúcho em 1993, 1995 e 1996, campeão da Copa Libertadores em 1995, campeão da Recopa Sul-Americana em 1996 e bicampeão da Copa do Brasil em 1994 e 1997.

Nestas conquistas foi decisivo nas finais. Em 1994, no estádio Olímpico, foi dele a cobrança de escanteio precisa na primeira trave, que Nildo arrematou de cabeça para marcar o gol do título, contra o Ceará. Em 1997, calando o estádio Maracanã tomado por 100 mil torcedores, escorou cruzamento de Roger da esquerda na pequena área, com classe, empatando a partida contra o Flamengo no final, garantindo o terceiro título Tricolor na Copa do Brasil.

Em 1998 teve sua primeira experiência no exterior, quando defendeu o Sporting de Lisboa. Retornou ao país para o São Paulo no ano seguinte, sendo bicampeão paulista e campeão do Torneio Rio-São Paulo em 2001, que lhe rendeu a primeira convocação para a Seleção Brasileira do técnico Luiz Felipe Scolari, na Copa das Confederações. Na sua estreia, anotou o segundo gol da vitória por 2 a 0 sobre Camarões.

Em 2003 voltou a defender o Grêmio e contribuiu na conquista do Campeonato Gaúcho, seu último título como profissional. O nome do meio-campo Carlos Miguel sempre estará associado com a era imbatível do Tricolor na década de 90, quando o Clube ganhou praticamente todas as competições possíveis de serem conquistadas. Um verdadeiro vencedor.