Ninguém diz que aquele senhor de 80 anos sentado nas sociais do Olímpico foi um dos maiores goleadores da história do Grêmio.

Olhar distante, observa o gramado do Olímpico enquanto dezenas de crianças que visitam o estádio correm de cima a baixo das arquibancadas.

Sereno, mostrou-se surpreso ao ser abordado pela reportagem da Grêmio.Net.

Juarez Teixeira, o “Leão do Olímpico”, habitualmente visita o local onde, durante sete anos, deixou seu sangue e suor conquistando o respeito e a admiração dos torcedores.

Perguntado sobre o motivo da visita, disse que havia deixado a mulher na manicure e decidiu passar o tempo no Olímpico.

Questionado sobre as lembranças do tempo em que atuou como jogador tricolor (de 1955 a 1962), Juarez sorri: “estou pensando em toda a transformação que o Olímpico viveu nestes anos todos. Até a grama é diferente. O Grêmio evoluiu muito como Clube. Olha só pra essa criançada que vem de longe só pra conhecer o estádio. Isso é ótimo!”.

Sobre um dos momentos mais marcantes que viveu com a camisa do Grêmio, o “Tanque” se transporta para o distante ano de 1955: “não esqueço de meu primeiro Gre-Nal aqui no Olímpico. Nosso time vinha fazendo uma campanha irrepreensível até chegar na hora do clássico. Na manhã daquele dia, encontramos um grupo de torcedores na capela do Olímpico. Eles estavam apreensivos. Um rapaz chegou pra mim e disse: “hoje nós não vamos passar”. Então eu quis saber o motivo e ele respondeu que já estava acostumado a ganhar todas as partidas mas perder o clássico. Olhei pra ele e disse que dessa vez ia ser diferente. Com a bola rolando saímos perdendo de 1 a 0, mas viramos no final. Não em esqueço daquele rapaz”.

Sobre seus companheiros de equipe, Juarez é cauteloso quando perguntado qual era o melhor: “não posso cometer injustiças. Aquele time de 55 a 60 não tinha estrelas. O destaque era o próprio time” desconversa.

Apesar do tempo, Juarez ainda goza de muito prestígio junto aos torcedores gremistas. Dificilmente consegue circular no anonimato pelas ruas de Porto Alegre: “o pessoal ainda me reconhece. Isso é gratificante e surpreendente. Às vezes sou abordado por jovens de 17 ou 18 anos. Como podem me conhecer? Então me dizem que foi o pai quem contou minha história pra eles. Isso prova que algo a gente fez de bom”, emociona-se.

Conselheiro do Clube desde 1983 e com os pés eternizados na Calçada da Fama do Olímpico, Juarez Teixeira segue acompanhando o dia-a-dia do Tricolor e ainda acredita no título do Brasileirão: “existe grande expectativa. O Grêmio está sendo surpreendente”, comentou.

Sobre o futuro do Clube na Libertadores de 2009, o ex-jogador alerta: “Precisamos melhorar para chegarmos bem na Libertadores. Temos que superar as dificuldades financeiras e reforçar o time”.

Palavra de quem já esteve lá dentro e, até hoje, é chamado de “Leão do Olímpico”.

 

FICHA:

Nome: Juarez Teixeira

Apelidos: Leão do Olímpico e Tanque

Nascimento: 20/09/1928

Local: Blumenau/SC

Período no Grêmio: 1955 a 1962

Posição: Centroavante

Estréia: 31/03/1955 – Grêmio 7 x 0 Seleção de Paysandu (URU)

Despedida: 16/12/1962 – Grêmio 2 x 0 Internacional

 

Títulos:

1956 a 1960 – Pentacampeão da Cidade

1956 a 1960 – Pentacampeão Gaúcho

1961 – Campeão do Troféu Internacional de Atenas (GRE)

1962 – Campeão do Troféu Internacional de Salônica (GRE)

1962 – Supercampeão Gaúcho e Campeão Sul-Brasileiro Invicto

 

Seleção Brasileira:

Campeão Pan-Americano

 

Carreira:

Palmeiras de Blumenau/SC

Jabaquara de Santos/SP

Ferroviário de Curitiba/PR

Joinville/SC

Caxias/RS

Grêmio

Newell´s Old Boys (ARG)

Grêmio Bagé/RS